Em live com Eliana, influencer Tayná Carvalho fala sobre saúde mental e autoestima

Em seu quarto programa da série “Diálogos com Eliana: Conversar para Avançar”, a ex-secretária de Saúde e pré-candidata à Prefeitura de Araraquara, Eliana Honain, recebeu nesta terça-feira (13) a influenciadora digital Tayná Carvalho, em live que está disponível para visualização nos perfis de Eliana Honain no Instagram (@elianahonain), Facebook e Youtube.

O encontro desta terça teve o tema “Saúde mental e autoestima”. Tayná é influenciadora digital em Araraquara e pedagoga do método Montessori. No Instagram, aborda assuntos como autoestima, autoaceitação, saúde mental e o mundo da beleza. Gosta de maquiagem, de bons looks e de falar como é importante cuidar da mente antes de qualquer coisa. Como educadora Montessori, trabalha em uma escola de educação infantil como coordenadora e acredita na educação positiva e respeitosa com as crianças. É casada há seis anos e tem uma filha pet. Suas maiores prioridades na vida são família, amigos e sua saúde mental.

Tayná comentou que a questão da autoestima está presente em sua vida desde a adolescência. “Sou nascida e criada em Araraquara. Nunca saí daqui e não pretendo sair também. Eu lido com problemas com o meu corpo e com essa parte da autoestima desde muito novinha. Eu fui uma criança sempre muito magrinha, muito padrão, e comecei a engordar e ganhar um pouquinho mais de corpo com 12 anos. Eu sempre me comparava com as meninas da minha escola e sempre me achei muito gorda. Achava que isso era um grande problema, que eu estava muito fora do padrão e que não era isso que as pessoas gostavam de ver. Eu passei muito tempo brigando com isso, brigando com a balança, brigando com o meu biotipo, brigando com quem eu sou. Foram muitos anos, até que passei por uma dieta muito restritiva e perdi muito peso, cerca de 13 quilos em três meses. Nessa dieta, eu abri mão da minha parte sociável, abri mão de estar com meus amigos, eu sempre estava triste, e tudo em busca daquele corpo que me permitiria entrar em um manequim menor”, lembrou.

Ela contou que a pandemia da Covid-19  trouxe uma reflexão para sua vida. “Entrou a pandemia, eu comecei a engordar tudo de novo e vi que tudo aquilo que eu tinha feito, toda aquela restrição, não valia de nada. Me questionei se era tão importante mesmo caber naquele manequim e passei a ressignificar um pouco as coisas. E foi nesse processo de encontrar mulheres que tinham o mesmo corpo que eu que comecei a ver muitas na internet e em grandes veículos de comunicação. Elas tinham o mesmo corpo que eu, pesavam a mesma coisa que eu. Eu me olhava no espelho e me perguntava porque eu achava elas bonitas e não me achava bonita. Não era justo comigo eu me ver daquele jeito. Passei a ressignificar isso e entrei em uma jornada de me aceitar como eu sou e aceitar que eu sempre vou usar um manequim maior, não importa qual dieta eu fizer, e que está tudo bem. É sobre isso que eu converso no meu Instagram e é sobre isso que converso com todo mundo que fica à minha volta”, pontuou.

Tayná é formada em pedagogia pela Unesp e sempre foi seu sonho trabalhar com crianças. “Escolhi a pedagogia de forma muito clara de que era isso que eu queria fazer, mas eu sempre gostei muito de maquiagem de vídeo, de fotos, desde pequena. Eu ficava nesses dois mundos, que eu falo que são minhas duas versões. Tem a Tayná que é a influenciadora e a Tia Tayná que é da escola, que está de pé no chão, sem maquiagem, de cabelo preso, e que também é uma versão minha pela qual eu sou completamente apaixonada e faz parte de mim. Eu fiz a pedagogia, comecei a trabalhar em escola e me apaixonei por Montessori, que é uma das pedagogias mais lindas que eu conheço e que fala sobre cuidado com a criança, sobre respeito, autonomia”, explicou.

Porém, em certo momento, ela se viu infeliz na escola. “Eu trabalhava muito e recebia muito pouco. Eu era muito explorada na escola onde eu trabalhava e eu fiquei muito angustiada de estar naquela situação. Eu já tinha começado com o Instagram, eu tinha uma vontade muito grande em trabalhar com isso, mas não sabia nem por onde começar. Não sabia como eu iria lidar com as pessoas comentando sobre isso e foi muito difícil até eu começar de fato a gravar. Com o tempo, eu vi o Instagram dando certo, mas estava presa na escola. Eu estava infeliz, cansada, e minha depressão estava bem acentuada nessa época. Eu não tinha força para fazer nada. Ia trabalhar chorando e voltava chorando. Para levantar da cama era muito difícil. Aí o Pedro, meu esposo, sugeriu para eu sair da escola e focar no Instagram. Minha mãe também me apoiou. Aí eu saí da escola e passei a focar só no Instagram. Um mês depois que saí da escola, eu já estava monetizando o meu Instagram. Foi uma realização para mim”, salientou.

Tayná relata como foi o momento em que teve que decidir em qual caminho focar. “Com a pandemia, perdi os trabalhos no Instagram e voltei a trabalhar como babá. Aí fiquei entre a pedagogia e o trabalho de influenciadora por um tempo e chegou uma hora que eu tinha que escolher, pois não estava conseguindo lidar com os dois. Eu tinha que focar em alguma coisa e escolhi focar na internet, nas redes sociais, e trabalhar como influenciadora. Hoje eu consigo conciliar as duas coisas, coordenando uma escola e trabalhando como influencer. Para mim, é uma grande realização”, ressaltou.

Para Eliana, o relato de Tayná é muito importante pelo fato de que muitas mulheres vivem insatisfeitas consigo mesmas. “Muitas mulheres não têm coragem de assumir o seu gosto pessoal por uma cobrança da sociedade, que é muito grande e acaba causando muitas consequências psicológicas nas pessoas. Muitas vezes, essas mulheres sofrem essas cobranças dentro de suas próprias casas. Nosso papel como mulher e defensora das mulheres é quebrar esses paradigmas e dizer que você pode ser feliz como é. Todo mundo tem a sua beleza”, mencionou.

Eliana também frisou a necessidade das pessoas terem uma atenção especial com a saúde mental. “As pessoas entendem como depressão quando alguém está em um grau tão profundo que não tem força para sair da cama, mas temos diversos graus de depressão e temos que ficar atentos porque um vai progredindo para outro. Temos que ter uma sensibilidade. Hoje lutamos muito com o que chamamos de transtornos de humor, que envolvem a ansiedade, o estresse e a própria depressão. São pequenos sinais que têm que ser observados e realmente tratados porque a evolução faz com que passe despercebido. A pessoa vai tocando sua vida até chegar ao ponto em que não consegue sair da cama. Eu vejo pessoas falando que isso é mimimi, mas não é assim. A resistência de cada pessoa tem que ser respeitada”, apontou.

Para Eliana, a saúde mental é um tema que deve ser tratado desde a infância. “É um assunto que temos que começar a trabalhar dentro das escolas. É preciso ter rodas de conversa, é preciso ter profissionais capacitados para abordar que os padrões de beleza não devem ser impostos aos nossos jovens e às nossas crianças. A saúde mental deve ser trabalhada desde a infância e a adolescência. Temos o desejo de desenvolver rodas de conversa com esses jovens para trabalhar isso e termos profissionais para fazer com que a autoestima brote e seja bem trabalhada”, observou.

Ao ser perguntada por um internauta sobre as políticas públicas voltadas para a saúde mental na cidade, Eliana destacou um dos projetos propostos em seu Programa de Governo. “Temos dois CAPS em Araraquara, um que é para transtornos mentais graves e um que é para álcool e drogas. Não temos que ampliar eles porque temos a equipe completa, que trabalha com livre demanda, ou seja, as pessoas chegam e são atendidas. O que precisamos é fazer o CAPS tipo 3, e isso está em meu Programa de Governo, que é um CAPS que funcione 24 horas, que possa acolher as pessoas que tenham qualquer necessidade ou transtorno mental ,e que possam permanecer nesse espaço, porque as UPAs não são adequadas para isso. Muitas vezes, as pessoas precisam ficar lá 12 horas, 24 horas, para superar uma crise, uma dificuldade. Quando falamos em expansão da saúde mental, seria avançar para mais um modelo. Outra proposta é transformar o Espaço Crescer, que já temos, em um CAPS infantil, para que possamos trabalhar de forma precoce com essas crianças e adolescentes com transtornos mentais ou transtornos de humor, pois isso pode desencadear para algo mais grave”, destacou.

A live com Tayná foi a quarta da série “Diálogos com Eliana”. A primeira foi realizada no dia 16 de julho e contou com a participação de Bruck Oliver, especialista em artes cênicas e comunicador de Araraquara, em bate-papo com o tema “O papel da arte e da cultura na transformação das pessoas e da cidade”. A segunda live da série, no dia 23 de julho, contou com a participação do influencer digital Cadu Ferreira e teve o tema “Como empreender e fazer bons negócios em Araraquara?”. Na terceira, em 6 de agosto, Eliana recebeu Roseli Gustavo, ex-jogadora de basquete, medalhista olímpica e presidente da Fundesport, para o diálogo com o tema “Como o esporte transforma vidas?”. Todos os programas estão disponíveis para visualização nas redes sociais de Eliana Honain.

 

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